domingo, 2 de outubro de 2011

Dexter, sangue e Jesus Cristo


“Dexter” sempre causou muita polêmica desde que estreou na televisão americana, em 2006. Para quem nunca ouviu nada sobre a série, nem é preciso explicar muito: basta dizer que o protagonista (Michael C. Hall) é um serial killer que mata friamente suas vítimas – outros assassinos seriais, o que talvez lhe garanta o adjetivo de “herói”. Pois a sexta temporada, que estreia nos Estados Unidos no domingo (02/10), deve gerar ainda mais controvérsia, com a adição de um novo ingrediente: religião.

“Esta temporada é sobre Dexter tentando descobrir se deve ensinar a fé ao seu filho Harrison”, instiga a produtora executiva Sara Colleton. “Mas, para fazer isso, ele mesmo precisa descobrir o que é a fé”. Nos dois últimos anos, Dexter passou por maus bocados, já que ficou viúvo e, em seguida, sofreu uma desilusão amorosa. A sexta temporada se passa um ano após o último episódio da quinta temporada, e o período de luto já ficou no passado. “Veremos Dexter mais forte do que nunca”, garante Scott Buck, também produtor do seriado.

Mas não é só o comportamento do serial killer “bonzinho” que passará por grandes mudanças esse ano. Novos personagens entram na série, sendo três deles potenciais vilões: O “Irmão Sam” (Mos Def, deRebobine, Por Favor”), um ex-presidiário que tem como missão na vida ajudar outros presos; Geller (Edward James Olmos, de “Blade Runner”), um renomado professor de teologia; e o fanático religioso Travis (Colin Hanks, da série “The Good Guys”), restaurador do departamento de antiguidades do museu de Miami.

Colin Hanks nem se dá ao trabalho de fazer segredo sobre seu papel na história. “Sou o vilão”. É curioso pensar no ator, que vinha de uma série de comédia cancelada (“The Good Guys”), caminhar por uma trilha sempre rejeitada pelo seu pai, o astro Tom Hanks. E esta não é a primeira vez que interpreta um religioso: num dos episódios de “Mad Men”, ele foi um padre. Mas Hanks logo deixa claro a diferença entre os personagens: “O padre Gill era um homem muito, muito bom. Já Travis é o seu oposto”.

Travis terá a orientação do misterioso professor Geller, interpretado pelo veterano Edward James Olmos, cujo último trabalho foi o seriado “Battlestar Galactica”. Olmos diz não acreditar que os fãs de “Dexter” sejam religiosos, mas, se forem, ele espera que o público saiba lidar com o assunto. “Toda vez que se mistura o bem e o mal, você é levado a uma jornada incrivelmente difícil”. O ator, que não conhecia a série e decidiu assistir a todas as temporadas para entrar no clima, ficou espantado com o que viu. “Este é o trabalho mais sombrio da minha vida. Acho que nunca houve algo tão ‘dark’ na televisão”.

Em contrapartida a tantos personagens sombrios, chega também à sexta temporada a babá Jamie Batista (Aimee Garcia), que deve deixar mais leve a difícil missão de Dexter em ser um pai solteiro. A jovem é a irmã mais nova do sargento Angel Batista (David Zayas), estuda Psicologia Infantil e passa a morar na casa do perito em respingos de sangue para cuidar do bebê, agora com dois anos de idade. “Jamie é despreocupada e divertida, é o tipo de energia positiva que Dexter quer ter ao redor de Harrison”, explica Aimee. “A química entre eles provoca uma dinâmica interessante. Ela meio que representa a ‘vida’, enquanto ele a ‘morte’, como uma espécie de Yin Yang”.

E seria essa garota o novo amor do “serial killer do bem”? A atriz vê esperanças nessa possibilidade. “Eles estão em quartos próximos e ela é, de certa forma, uma espécie de mãe de seu filho, já que é ela quem troca suas fraldas e o alimenta. Harrison é tudo para Dexter, logo quem cuida dele tem um bom lugar em seu coração.” Não é o que pensa o próprio Dexter, ou melhor, Michael C. Hall, que dá sua opinião de forma tão objetiva e técnica quanto o sociopata que interpreta: “Acho que ele está desconectado de qualquer apetite consciente para uma conexão romântica neste momento”. A resposta racional de Hall contrasta com o excesso de emoções vividas pelo americano no ano passado: além de ganhar o Globo de Ouro como melhor ator de série dramática (depois de outras três indicações anteriores), ele foi diagnosticado com câncer linfático. O tratamento, felizmente, foi rápido e Hall já está recuperado.

E ele começa a rascunhar uma carreira no cinema, inclusive em gêneros diferentes dos quais o público está acostumado a enxergá-lo. Em 2009, ele participou da ficção científica “Gamer”, de Mark Neveldine e Brian Taylor; Hal também integra o elenco de “Peep World”, comédia ainda sem previsão de lançamento dirigida por Barry W. Blaustein. Mesmo em se tratando de futuros trabalhos na televisão, Hall não esconde sua vontade de explorar novos horizontes. “Quero fazer algo que não exija que eu fique rodeado por cadáveres”, ele brinca, se referindo não apenas a “Dexter”, mas também à série anterior em que trabalhou por cinco temporadas, “A Sete Palmos” (Six Feet Under), na qual interpretava um agente funerário.

Mas se o próprio Hall já está pensando em trabalhos futuros, isso significa que “Dexter” está chegando ao fim? “Eu realmente não sei, mas certamente está chegando o momento de começarmos a pensar sobre como o jogo vai acabar”, cogita o ator. Já o produtor executivo Scott Buck nega imediatamente: “Para ser honesto, ainda não entramos nessa discussão. Quero dizer, chegaremos a ela, mas ainda não estamos trabalhando num final”. A também produtora Sara Colleton faz coro: “Quando sentirmos que não temos mais território inexplorado para levar ‘Dexter’, paramos com a série”.

Veteranos do elenco também já começam a se perguntar o destino do programa, como o ator porto-riquenho David Zayas, que interpreta o sargento Batista, colega de Dexter. “Enquanto eles continuarem reinventando o seriado a cada ano, quem sabe por quanto tempo ainda pode durar? Só sei que tenho me divertido muito e sempre quero saber como vai ser o próximo episódio”. O divertido C.S. Lee, responsável pelo alívio cômico da série com seu personagem Vince Masuka, é mais irônico. Lee torce para que Dexter não tenha seus segredos homicidas revelados, mas não deseja necessariamente um final feliz para o serial killer. “Poderia ser algo totalmente imprevisível, fora do comum, tipo ele estar andando na rua e uma estátua cair na sua cabeça ou ser atropelado por um ônibus”, diverte-se o ator de descendência coreana.

Seja como for, e quando for, o final da série, parece que é um bom momento para Dexter começar a rezar.

CONTRA O TEMPO - Crítica


Depois de uma espetacular estreia em 2009 com “Lunar”, a expectativa sobre o segundo filme de Duncan Jones era grande, mas o resultado é decepcionante. Com um orçamento bem maior do que o primeiro filme (US$ 32 milhões) e um bom elenco em mãos (Jake Gyllenhaal, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Michelle Monaghan), o jovem diretor erra no tom e acaba transformando uma promissora ficção científica num fraco longa-metragem de ação.

Gyllenhall interpreta um piloto de helicóptero do exército americano que acorda durante uma viagem de trem e descobre estar no corpo de outra pessoa. Ele não reconhece seu próprio rosto no espelho e a bela mulher à sua frente (Michelle) insiste em chamá-lo por um nome que não é o seu. Minutos depois, uma bomba no veículo explode e, em vez de morrer, ele vai parar numa espécie de cápsula, onde descobre estar participando de um projeto militar chamado “Código Fonte” (“Source Code”, título original do filme), que permite à mente humana “voltar” no tempo e viver os oito minutos finais de alguém que já morreu.

O protagonista descobre que o trem no qual ele estava foi explodido na mesma manhã e sua missão é desvendar qual passageiro do trem é o terrorista, nem que para isso ele precise repetir sua viagem metafísica por várias e várias vezes. E é aqui que “Contra o Tempo” escorrega feio por uma série de razões. A primeira é, obviamente, pela ideia batida da história do personagem que vive repetidas situações por inúmeras vezes – de “Feitiço do Tempo” a “Déjà Vu”, o tema já foi explorado e com resultados variados.

Histórias sobre viagem no tempo e/ou realidades alternativas exigem um cuidado milimétrico para não deixar furos, e o roteiro de Ben Ripley (“A Experiência 3” e 4) não escapa das armadilhas – basta o espectador começar a fazer perguntas, do tipo “e o que acontece com o homem que tem o corpo tomado por Gyllenhall?

Mas, talvez, o maior pecado de “Contra o Tempo” esteja justamente no que deveria ser seu maior trunfo: a ideia da repetição das situações. Jones até consegue impedir o marasmo ao reprisar as mesmas cenas com detalhes diferentes, mas o clima de tensão vira fumaça, afinal se o protagonista não consegue concluir seu objetivo uma vez, basta ele voltar novamente, e novamente, e novamente. Desta forma, por que o espectador precisa se preocupar com a história ou com o que pode acontecer com os personagens, se há a garantia de retorno? (diferente, por exemplo, do que acontece em “A Origem”, o que denota a diferença de qualidade de texto de Christopher Nolan).

Se há um ponto positivo, está nas atuações, com destaque ao trabalho de Vera Farmiga, que consegue transmitir emoções sinceras mesmo contracenando com uma tela de computador. Jeffrey Wright também funciona como o cientista militar meio louco/ meio gênio e Gyllenhaal é eficiente como sempre.

A decepção, mesmo, fica com o trabalho de Jones. “Contra o Tempo” mais parece um exorcismo ao fantasma do 11 de Setembro, com sua proposta de evitar novos ataques terroristas – o personagem de Wright comenta que o experimento é a nova arma na Guerra ao Terror, ainda que as questões éticas escorram pelo ralo (com consequências, vale lembrar, já discutidas bem antes, em “Minority Report”).

Jones poderia ter aprofundado seu filme na questão existencialista ou na opressão do sistema (justamente como aconteceu em “Lunar”), mas o filho do cantor David Bowie investiu num romance sem sentido (tudo bem que Michelle Monaghan é linda, mas peraí...) e num fraco filme de ação, com a típica correria desesperada onde cada minuto importa para evitar um ataque terrorista. Aliás, Jack Bauer já fez isso por sete anos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Duncan Jones e seu "Contra o Tempo"


Em 2009, o filme de um cineasta iniciante fez muito barulho entre a crítica especializada, mas foi visto por pouquíssima gente no mundo todo. Trata-se de “Lunar”, um drama de ficção científica de baixíssimo orçamento estrelado por Sam Rockwell. Além da interessante abordagem existencialista e do questionamento sobre tecnologia e ética, o longa-metragem chamou a atenção por conta de seu idealizador, Duncan Jones, filho da lenda viva David Bowie.

Ao abordar uma questão filosófica de forma competente já em seu trabalho de estreia, o jovem diretor britânico chamou a atenção dos poderosos de Hollywood, como o cineasta Christopher Nolan (“O Cavaleiro das Trevas”), que o cogitou para a direção do novo filme do Superman, e o ator Jake Gyllenhaal, que lhe ofereceu o roteiro de “Contra o Tempo”, seu mais novo trabalho.
“Eu estava em Los Angeles apresentando ‘Lunar’ para a imprensa internacional e procurando pessoas com quem eu queria trabalhar e me encontrei com Jake, que falou ‘Por que você não dá uma olhada nisso? Acho que tem a sua cara’. Foi Jake quem viu as semelhanças entre ‘Contra o Tempo’ e ‘Lunar’”, explicou o diretor.

De fato, por ser uma ficção-científica que também aborda questões éticas, é possível fazer um paralelo entre os dois filmes. Em “Contra o Tempo”, Gyllenhaal interpreta Colter Stevens, um militar que é forçado a participar de um projeto secreto do exército americano cujo objetivo é impedir um ataque terrorista. Por meio de uma tecnologia especial, o sargento é enviado repetidas vezes à memória de um homem morto para descobrir quem é o responsável pelo atentado. O elenco é completado por Michelle Monaghan, Vera Farmiga e Jeffrey Wright.
Agora com um orçamento relativamente grande – cerca de US$ 30 milhões –, um astro conhecido do grande público e muitas cenas de ação, com direito a corre-corre e explosões, pode ficar a impressão que o jovem diretor rendeu-se à fórmula hollywoodiana, mas Jones, que cursou pós-graduação na Universidade de Vanderbilt, voltou a abordar um tema que lhe é caro. “Estudei filosofia sobre mente/corpo e como se poderia aplicar a ética em máquinas pensantes num potencial futuro, e minha abordagem ainda é maciçamente influenciada por esses anos”.

Mesmo que o filme não seja escrito por ele, como é o caso de “Contra o Tempo”, roteirizado por Ben Ripley. Ao focar-se apenas da direção dos atores e na condução da história, Jones pôde, inclusive, fazer pequenas alterações no texto, como a mudança de tom do filme, que ficou mais leve. “Originalmente, o roteiro era muito sério, como se fosse uma espécie de episódio de ‘24 Horas’ com ficção-científica”, brinca o diretor. “Quando você está trabalhando em seu próprio projeto, você se torna muito protetor da obra, como se ela fosse seu bebê, que você não quer modificar nada. Ao trabalhar no projeto de outra pessoa, você pode ser objetivo, verificar o que funciona e o que não funciona.”

Outra mudança importante foi a escolha da cidade onde se passa a história. Originalmente, seria em Nova York, mas os produtores acharam melhor mudar o cenário para Chicago por conta da questão do terrorismo. Pelo jeito, mesmo após uma década, o 11 de Setembro ainda é uma ferida aberta em Hollywood.

Mas a maior mudança pela qual passou Duncan Jones foi o tamanho da produção entre seu primeiro e seu segundo trabalho. Se em “Lunar” ele tinha a palavra final, já que se tratava de um filme de baixo orçamento, “Contra o Tempo” sempre foi vigiado por vários produtores durante o processo de filmagem. Não que isso tenha sido um problema para o diretor: antes de entrar no mundo do cinema, Jones havia trabalhado por muito tempo com publicidade, cuja relação entre clientes e produtores de audiovisual assemelha-se bastante. “Felizmente tive essa experiência na publicidade, onde cada filmagem realizada precisa ser explicada para o cliente sentir-se confortável. Tive apenas que mudar meu estado de espírito para algo diferente do que aconteceu em ‘Lunar’”.

Aparentemente, no entanto, Jones não conseguiu usar sua habilidade de negociação para conquistar a direção de “Superman – O Homem de Aço”, novo filme sobre o mais famoso super-herói das histórias em quadrinhos. Ele chegou a ingressar na seleta lista escolhida por Christopher Nolan, que produz o longa, e até teve uma reunião com o diretor de “A Origem”. “Foi assustador”, diverte-se, e confessa que gaguejou na hora de dizer “É muito bom conhecê-lo”. “Ele é um cara amável, muito inteligente. Conversamos sobre como foi fazer ‘Lunar’ e como foi fazer ‘Contra o Tempo’. Então ele me contou que foi parecido com o que aconteceu quando ele fez ‘Amnésia’ e ‘Insônia’ e falou sobre como é sair de pequenos filmes independentes para grandes produções.”
Como já se sabe, a direção do filme ficou a cargo de Zack Snyder (“300”, “Watchmen”), no entanto Jones garante que não ficou chateado por não ter sido escolhido. “Obviamente, teria sido fantástico ter tido essa chance. Mas acho que Snyder vai fazer algo visualmente espetacular”.

Se Jones não ficou com o filme do Superman, qual será seu novo trabalho? Apesar de não revelar o nome, ele já confirmou em diversas entrevistas que seu terceiro filme será outra ficção-científica, mais uma vez criada por ele, o que leva a crer que poderia ser, finalmente, “Mute” – uma história ambientada, segundo o próprio diretor, num mundo semelhante ao do clássico “Blade Runner”, de Ridley Scott. O cineasta já concluiu o roteiro, mas tem encontrado dificuldades para conseguir financiamento para o projeto. Tanto que “Mute” pode virar uma “grafic novel” antes de se tornar filme.

Mas Jones não pretende ficar apenas na ficção-científica. Após concluir seu ainda secreto terceiro filme, o filho de David Bowie deseja explorar novos gêneros. “Adorei o que Tarantino fez em ‘Bastardos Inglórios’. A ideia de caras em uma missão na Segunda Guerra Mundial... era como os tipos de filmes que eu amava. Adoraria fazer um filme de faroeste.”

Justin Timberlake e Mila Kunis, amiguinhos


“É como o comunismo: muito bom na teoria, mas não funciona na prática”. A comparação feita pela atriz Mila Kunis refere-se ao assunto proposto em seu mais novo filme, “Amizade Colorida” (Friends With Benefits), sobre um casal de amigos que tenta adicionar sexo sem estragar a relação. Justin Timberlake, seu companheiro de tela, concorda: “Não acho que isso seja um experimento de longa duração. Você quer ser promovido ou, em algum momento, será demitido”, brinca o ex-integrante do N’Sync.


O assunto, é claro, não é nenhuma novidade em Hollywood – “Sexo Sem Compromisso”, com Natalie Portman e Ashton Kutcher, esteve em cartaz recentemente –, mas a dupla tem reforçado durante as coletivas de imprensa que “Amizade Colorida” não é mais uma das milhares de histórias adocicadas que invadem os cinemas. “Nós sempre pensamos nele como uma comédia de amigos com um pouco de romance, em vez de uma comédia romântica estereotipada, afirma Mila. “É uma comédia adulta”, complementa Timberlake, “E acho isso raro, de certa forma. É um filme que conversa com minha geração. É sobre uma situação real, sobre a perspectiva de um homem e de uma mulher de idades semelhantes e suas visões do mundo”.

Os atores deixaram explícito o tom do filme na mais recente cerimônia do MTV Movie Awards, realizada em junho deste ano: durante a apresentação do premio de melhor performance masculina, Timberlake agarrou os seios de Mila, que não deixou por menos e apertou as partes íntimas do ator. A atitude dividiu opiniões, fazendo alguns rirem enquanto gerava controvérsia. Mila nem ligou: “Pensamos que seria hilariante e estávamos promovendo uma comédia para maiores”, explicou.

Mas a troca de carícias e o grau de intimidade e química entre os dois acabou gerando outro rumor: estariam eles namorando ou, assim como no filme, mantendo uma amizade colorida? As suspeitas aumentaram após fotos íntimas guardadas no celular roubado da atriz caírem na internet: nas imagens, Justin Timberlake aparece sem camisa e brincando com uma calcinha rosa, que seria de Mila. “É uma coisa lamentável que vem com as circunstâncias, mas não há qualquer verdade sobre isso”, defendeu-se, assim como defendeu o colega durante uma coletiva de imprensa em Moscou, quando uma jornalista perguntou em russo porque Timberlake está focando sua carreira no cinema e não mais na música.

Antes que o ator recebesse a tradução da frase, Mila, que é ucraniana e fala fluentemente o idioma de Lenin, retrucou: “Por que filme? Por que não? Que tipo de pergunta é essa? Por que você está aqui?”. Após compreender o acontecido, Timberlake brincou: “Ela é meu guarda-costas”. A amizade entre os dois reflete o bom momento que vivem em suas carreiras: Mila ganhou projeção mundial ao protagonizar uma cena de sexo com Natalie Portman em “Cisne Negro” (de Darren Aronofsky), enquanto Timberlake calou os mais ferrenhos críticos com sua interpretação de Sean Parker, criador do Napster, em “A Rede Social” (de David Fincher). Mas ambos percorreram caminhos bem diferentes até chegar a “Amizade Colorida”.

Mila vem realizando trabalhos em Hollywood há quase duas décadas em comerciais e séries televisivas e, aos 15 anos, foi selecionada para o elenco de “That '70s Show”, seriado também estrelado por Ashton Kutcher. Aos 16, tornou-se a voz de Meg Griffin, personagem do desenho animado “Family Guy”. No entanto, permaneceu por muito tempo ignorada pelo grande público. Por outro lado, Timberlake, aos 17 anos, já era um dos adolescentes mais conhecidos do mundo por integrar a “boy band” N’Sync, cujo álbum de estreia vendeu 11 milhões de cópias.

Após o declínio do grupo, Timberlake passou a investir no cinema e sua fama permitiu trabalhar ao lado de atores famosos como Morgan Freeman e Kevin Spacey em “Edison - Poder e Corrupção” (de David J. Burke), Bruce Willis em “Alpha Dog” (de Nick Cassavetes) e Jeff Bridges em “Um Caminho para Recomeçar” (de Michael Meredith). Já Mila, tirando sua rápida participação como a versão infantil da personagem interpretada por Angelina Jolie no telefilme “Gia - Fama e Destruição” (de Michael Cristofer), em 1998, participou de diversas produções sem expressão e notoriedade e só conquistou a atenção do público em 2008, ao lado de Mark Wahlberg na superprodução “Max Payne” (de John Moore), adaptação de um videogame. Dois anos depois, ela voltou a se destacar em “O Livro de Eli” (de Albert Hughes e Allen Hughes), protagonizado por Denzel Washington.

Se há alguma semelhança entre Timberlake e Mila, é o fato de terem namorado pessoas famosas. Ela, Macaulay Culkin. Ele, uma lista imensa que inclui Britney Spears e Cameron Diaz. Mas como já deixou bem claro, Mila não pretende ingressar no currículo do astro e espera que os dois continuem como colegas. “Eu não sou da escola de pensamento que acredita que os sexos opostos não podem ser amigos”. Com ou sem cor na amizade.

          “Amizade Colorida” é dirigida por Will Gluck e estreia no Brasil dia 30 de setembro.

O passado retorna em 3D


Considerado por muitos o novo processo evolutivo do cinema (como já havia acontecido décadas atrás com a inclusão do som e das cores), o 3D vinha sofrendo constantes ataques tanto por parte do público quanto da crítica. Diversos filmes que simulam as três dimensões começaram a apresentar bilheterias abaixo do esperado (em alguns casos, até inferior à cópia 2D) e as causas podem ser numeradas: saturação por parte dos espectadores, preço do ingresso mais elevado e, principalmente, a baixa qualidade de algumas conversões, feitas às pressas pelo estúdio apenas para arrecadar uns dólares a mais, como o exemplar caso de “Fúria de Titãs” (de 2010, dirigido por Louis Leterrier).

Mas o relançamento de “O Rei Leão”, animação de 1994 da Disney, deu novo fôlego ao 3D e apontou aos estúdios um novo caminho: a conversão de clássicos do cinema ao formato da estereoscopia. Isso porque o relançamento do desenho do leãozinho que conquistou o mundo 17 anos atrás custou 10 milhões de dólares e arrecadou US$ 30,2 milhões no final de semana em que voltou às salas de projeção nos Estados Unidos – o dobro do esperado pelo estúdio do Mickey Mouse. E o bom resultado foi além: com 10 dias em cartaz, “O Rei Leão 3D” já havia ultrapassado 60 milhões de dólares e manteve-se em primeiro lugar nas bilheterias pela segunda semana consecutiva, ficando à frente de quatro estreias de pesos pesados – “Moneyball” (com Brad Pitt), “Winter, O Golfinho” (com Morgan Freeman), “Sem Saída” (com Taylor Lautner, da “Saga Crepúsculo”) e “Os Especialistas” (com Robert De Niro, Clive Owen e Jason Statham).

“Qualquer dúvida que havia entre os estúdios para relançar ‘Titanic’ praticamente se evaporou no final de semana passado”, comemorou o cineasta James Cameron, hoje o maior porta-voz do 3D no cinema. Cameron está trabalhando com a 20th Century Fox e com a Paramount Pictures na conversão do filme de 1997, atualmente a segunda maior bilheteria da história, mas ele não está sozinho nessa empreitada. Os estúdios já acenderam o sinal verde e diversas produções já estão sendo cogitadas para um retorno no formato tridimensional, enquanto algumas obras já estão em estágio avançado de conversão, caso da saga “Star Wars”, de George Lucas, e “Top Gun”, de Tony Scott.

Um fator decisivo para esse novo fenômeno está na diminuição do custo de conversão dos filmes devido às constantes melhorias desenvolvidas nos softwares responsáveis pelo processo. Para se ter uma ideia, há um ano o custo de conversão de um longa-metragem de duas horas era próximo de 100 mil dólares por minuto; hoje, “Top Gun” está sendo convertido a um custo aproximado de US$ 25 mil por minuto.

Mas não é qualquer obra do vasto catálogo de Hollywood que deve ser simplesmente relançada em 3D. “Você precisa ser criterioso”, avisa Dave Hollis, diretor de distribuição da Disney. “Há uma lista de exigências a ser cumprida, é preciso verificar se há os ingredientes corretos: o filme foi um bom negócio na primeira vez que estreou? Passou o tempo necessário para uma geração que ficou de fora?”

É o caso de “O Rei Leão”, que saiu de cartaz há 17 anos, mas continuou próximo do público devido aos lançamentos em DVD, além de espetáculos frequentes em shows e peças teatrais. É, também, o caso de “Titanic”, que sempre esteve em evidência desde 1997. Além de possuir o maior número de Oscar (11 estatuetas, ao lado de “Ben-Hur” e “O Retorno do Rei”), o drama romântico estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet sustentava até o começo de 2010 o título de maior bilheteria da história do cinema – perdendo o posto para “Avatar”, também dirigido por James Cameron.

“Avatar”, aliás, exigiu o desenvolvimento de novas câmeras cinematográficas, específicas para a filmagem em 3D – uma façanha criada pela Cameron | Pace Group, empresa da qual o cineasta é co-presidente. Para a conversão de “Titanic” no novo formato, Cameron e os estúdios Fox e Paramount estão investindo US$ 18 milhões e um ano de atenção especial para que o trabalho fique o mais próximo da experiência de ter sido filmado em 3D, como ele gostaria. “Todos os meus objetivos, quando realizei o filme originalmente, serão alcançados com a conversão”, garante Cameron. “Eu queria levar o espectador a 1912. O 3D faz parecer mais real, mais visceral. O drama, o romance, o perigo, tudo isso será aumentado pelo 3D”. O relançamento de “Titanic” está marcado para abril de 2012, quando o naufrágio do navio completará um século.

Mas Cameron não acredita que as conversões em 3D devem limitar-se a lançamentos especiais ou comemorativos. “Todos aqueles títulos que estão em nossa biblioteca, as obras que amamos, seja ele ‘Tubarão’, ‘Star Wars’, o seu filme favorito pode e deve ser convertido”. Mas o diretor faz uma ressalva: “Mas é preciso fazer direito e os cineastas devem estar envolvidos”. Tony Scott está acompanhando de perto o trabalho realizado em “Top Gun”. George Lucas supervisiona há anos a conversão de sua saga em 3D, que voltará aos cinemas em fevereiro de 2012, começando por “Episódio I – A Ameaça Fantasma” (os demais títulos serão relançados nos anos seguintes).

Como se vê, os relançamentos de filmes convertidos em 3D podem até provocar discussões calorosas: é uma atitude oportunista dos estúdios? Falta de criatividade de Hollywood? Ou é a possibilidade dos mais velhos sentirem a nostalgia da infância ou adolescência, ao mesmo tempo em que os mais jovens têm a oportunidade de assistir a um clássico no cinema? Seja qual for a resposta, o fato é que os filmes em 3D são uma realidade. Mais real do que a sensação de tridimensionalidade proporcionada pelos óculos especiais.

Michael Jackson estava doente em “This Is It”


O diretor do documentário “This Is It”, que trabalhou intimamente com Michael Jackson em seus últimos dias de vida, fez revelações dramáticas sobre o estado de saúde do cantor para a Justiça americana. Kenny Ortega deu seu testemunho durante o julgamento do médico Conrad Murray, que é acusado de negligência e por ter supermedicado o astro até sua morte.


“Meu amigo não estava bem. Havia alguma coisa que o perturbava profundamente”, declarou Ortega à promotoria, na tarde de terça (27/9). Além de ter sido amigo pessoal do astro, Ortega acompanhou todos os preparativos para a última turnê de Jackson, cujos ensaios resultaram em “This Is It”, e foi a primeira testemunha chamada pela acusação.

Durante seu depoimento, O diretor afirmou que Michael chegou a ensaiar bem alguns dias antes de sua morte, mas sua saúde estava deteriorando visivelmente. “Ele não estava bem, parecia perdido e estava incoerente”.

O estado do cantor era tão assustador que Ortega chegou a enviar um email a Randy Phillips, promotor dos futuros shows, revelando sua preocupação. “Tudo em mim diz que ele deve ser avaliado psicologicamente”, informava a mensagem, que foi lida no tribunal. “Não há ninguém cuidando dele, assumindo essa responsabilidade. Hoje eu precisei alimentá-lo e o cobri com cobertores”.

Ortega revelou ainda que, cinco dias antes da tragédia, aconteceu uma reunião de urgência na casa de Jackson, com a presença a sua presença e a do médico. O diretor afirmou que chegou a receber uma bronca de Murray por suas constantes intervenções referentes ao estado físico e emocional do astro. “Ele disse que eu deveria parar de tentar ser médico e psicólogo amador e deixar a saúde de Michael com ele”.

Apesar das imagens de “This Is It” mostrarem um Michael Jackson cheio de energia e empolgado, ainda que muito magro, Kenny Ortega afirmou que o cantor faltou a vários ensaios e houve vezes em que ele precisou sair mais cedo por não se sentir bem.

Nos dias 23 e 24 de junho de 2009, Michael reapareceu revigorado nos ensaios. “Era um Michael diferente. Ele estava disposto e cheio de energia”, declarou. No dia 25 de junho, o cineasta recebeu uma ligação do produtor Paul Gongaware dizendo que o cantor havia sido levado para o hospital de ambulância. Momentos depois, o produtor retornou a ligação: “Nós o perdemos”, disse a Ortega.

Paul Gongaware, co-presidente da AEG Live (empresa que seria promotora da turnê), afirmou que o Dr. Conrad Murray foi contratado para cuidar da saúde de Michael Jackson por insistência do próprio astro. Gongaware revelou que o médico havia pedido inicialmente um salário de US$ 5 milhões por ano, porém as negociações abaixaram o valor para US$ 150 mil por mês.

Durante as declarações, os promotores de acusação divulgaram uma foto do corpo de Jackson no hospital e uma mensagem em áudio do cantor, cuja voz estava trêmula e arrastada. O Rei do Pop morreu devido a uma overdose de remédios no dia 25 de junho de 2009, enquanto se preparava para uma extensa turnê no Reino Unido com, no mínimo, 50 apresentações.

Murray é acusado de homicídio culposo por administrar uma dose fatal do anestésico Propofol, que teria causado a morte de Michael Jackson. Os advogados do médico afirmam que o cantor aplicou pessoalmente o remédio numa tentativa de diminuir a dor e o cansaço.

Paulette Dubost (1910 – 2011)

Faleceu no dia 21 de setembro a atriz francesa Paulette Dubost, que completaria 101 anos no dia 8 de outubro. A informação só foi confirmada por sua filha no dia 26/09.

Além de inúmeras participações em programas televisivos e peças teatrais, Paulette estrelou mais de 150 filmes, tendo sua despedida do cinema no curta-metragem de 2007 “Curriculum”, de Alexander Moix. O ponto alto de sua carreira aconteceu em 1939, sob a direção de Jean Renoir em “A Regra do Jogo” (La Du Jeu Règle), no qual interpretou a camareira Lisette, mas sua filmografia inclui obras de alguns dos maiores cineastas do cinema francês.

Filha de um engenheiro de gás e uma cantora, Paulette nasceu no dia 8 de outubro de 1910, em Paris, e iniciou cedo sua carreira nas artes: aos sete anos já se apresentava na Ópera da capital francesa e aos 17 ganhava destaque nos palcos e começava a chamar atenção dos produtores culturais.

Seu humor e sua inteligência logo foram parar nos cinemas e a estreia aconteceu em 1931 em “Le Bal”, de Wilhelm Thiele. Durante a década de 1930, Paulette estrelou diversas produções e esteve sob a direção de grandes nomes do cinema francês como Max Nosseck, em “Le Roi des Champs Elysées” (de 1934) – no qual atuou ao lado do astro Buster Keaton –, Jean de Limur, em “L'auberge du Petit-Dragon” (de 1934) e em “La Brigada en Jupons” (de 1936), e com Marcel Carné, em “Hotel do Norte” (Hôtel du Nord, de 1936).

Após a Segunda Guerra Mundial, Paulette passou a estrelar dezenas de produções, porém como coadjuvante, caso de “Quatro Num Jeep” (Die Vier im Jeep, de 1951), de Leopold Lindtberg, “As Festas do Coração” (La fête à Henriette, de 1959), de Julien Duvivier, “Le Déjeuner sur L'Herbe” (1959), de Jean Renoir e “Viva Maria!” (1965), de Louis Malle. Anos antes, a atriz havia chamado atenção por sua participação no segmento “Inveja” do filme “Os Sete Pecados Capitais” (Les Sept Péches Capitaux), filme dividido em capítulos e que contou com a direção de grandes cineastas como Jean-Luc Godard e Claude Chabrol.

Em 1980, atuou ao lado de Catherine Deneuve e Gérard Depardieu no longa “O Último Metrô” (Le Dernier Métro), dirigido por François Truffaut. Aos 80 anos, não possuía obviamente a alta produtividade da década de 1930 (quando chegou a estrelar mais de 10 filmes em 12 meses), mas manteve uma boa média de um trabalho por ano até 2000, quando a saúde começou a manifestar sinais de idade avançada.  


Paulette Dubost foi casada com André Ostertag de 1936 a 1944 e teve uma filha. Em 1992, ela publicou um livro de memórias com o curioso título “C'est Court La Vie” (“É Uma Vida Curta”, em tradução livre), mostrando que ainda queria muito mais.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CONAN - O BÁRBARO - Crítica


Apesar do excesso de violência, novo “Conan” é inofensivo

Em 1982, Dino De Laurentiis contratou o cineasta John Milius para levar a história de Conan aos cinemas. A ideia do produtor italiano era que “Conan, o Bárbaro” tivesse um tom juvenil, porém Milius entregou uma obra violenta e sensual, que se tornou cult ao longo dos anos. Quase três décadas depois, o guerreiro cimério ganha outra adaptação cinematográfica homônima, mas agora o caminho se inverte. Há sangue, há seios à mostra, há cena de sexo e há mais sangue, mas o resultado é um filme esquecível e bobo.

E o maior defeito desta nova produção está justamente no que fez a fama do personagem criado por Robert E. Howard: o uso da violência. Ou melhor, o mau uso. Marcus Nispel aproveita a experiência adquirida nas refilmagens dos clássicos sangrentos “Sexta-Feira 13” e “O Massacre da Serra Elétrica” e não economiza nos litros de sangue e em cenas com membros ou cabeças decepadas. Mas há um problema: não há qualquer dramaticidade nos atos violentos, o que reduz sua importância ou simplesmente a banaliza.

Veja bem, não há qualquer implicação sobre o uso da violência como mero entretenimento: qualquer obra de QuentinTarantino é um exemplo disso. E é claro que não se espera um estudo sobre o assunto à la Michael Haneke num filme de Conan, mas quando um ato de brutalidade é filmado, ele deve causar impacto visual ou emocional.


Basta analisar a cena inicial, que mostra o nascimento do herói. Em pleno campo de batalha, uma mulher grávida é mortalmente ferida. Ela quer ver o filho antes de perecer, então seu marido (Ron Perlman) pega uma faca – ensanguentada, já que minutos antes foi utilizada em algum inimigo – e, com um golpe, realiza uma cesariana e extrai o bebê. É uma cena forte, ou ao menos deveria ser. No lugar de repulsa, é possível que arranque risos involuntários do público.

Esse é o tom do novo “Conan”, ignorar os personagens e partir logo para a espada na barriga. Talvez isso explique o porque do roteiro de Thomas Dean Donnelly e Joshua Oppenheimer ser um “filme de origem” que não mostra a origem do protagonista. Do simbólico nascimento, a história avança alguns anos, mostrando o garoto com habilidades assassinas que presencia o massacre da comunidade e a morte do pai para, logo em seguida, fazer mais um grande salto no tempo e mostrar o protagonista já adulto e bárbaro assassino formado. A impressão que fica é que o importante sobre o herói está escondido justamente nestas elipses.

É engraçado pensar que os produtores acertaram no que seria mais difícil: quem substituiria Arnold Schwarzenegger no filme que o consagrou? A escolha por Jason Momoa é até óbvia após sua participação na minissérie televisiva “Game of Thrones”, já que seu Khal Drogo é uma versão genérica do bárbaro cimério. E o ator havaiano cumpre bem o papel, aliás dando a Conan uma personalidade mais próxima do imaginado por Howard: em vez do brucutu calado, um sujeito malandro e carismático.

Mas Momoa não é capaz de segurar o filme sozinho com uma história tão fraca, cujo prólogo lembra muito “O Senhor dos Anéis”. O guerreiro Khalar Zym (Stephen Lang, de “Avatar”) atravessa todo o continente Hiboriano massacrando aldeias e recuperando partes de uma máscara sagrada que, quando completa, lhe dará poderes místicos e permitirá ressuscitar sua esposa. Após chegar à idade adulta, Conan vê a oportunidade de vingar-se do vilão e de sua filha, a bruxa Marique (Rose McGowan, a garota com perna de metralhadora em “Planeta Terror”).

E é só isso. Uma história simples de vingança com cenas de ação mal elaboradas e uma edição repleta de cortes que não valoriza a estética dos combates. Para piorar, do segundo para o terceiro ato há a adição de um par romântico que quebra o clima, já que não há química entre Momoa e Rachel Nichols. Enfim, “Conan, o Bárbaro” “finge” ser transgressor. Entrega, de fato, os elementos que fizeram a mitologia criada por Howard: estão lá a brutalidade, a nudez e a magia. Mas é tudo tão frio quanto a espada do herói.