
“Nana Caymmi em Rio Soneto” tem a função de resgatar a importância da artista, em tom de reverência, mesmo. Diferente de produções que tentam humanizar uma personalidade, o documentário de Gachot faz um resgate de sua trajetória e busca por meio de depoimentos de artistas consagrados (como o ex-marido Gilberto Gil, Milton Nascimento, João Donato, Erasmo Carlos e Bethânia) situar Nana em condição de diva – ainda que haja momentos de simplicidade, como nas cenas de jogo de baralho ou quando ela brinca com a própria idade.

As belas imagens do Rio de Janeiro servem como cenário para as canções tristes de Nana e como metáfora sobre a própria cantora. Diferente da ensolarada Cidade Maravilhosa, o Rio do filme é cinzento, chuvoso e encoberto de neblina, escondendo seus principais cartões postais. Num mesmo paralelo, Nana sempre fugiu de movimentos e modismos musicais, buscando uma coerência na carreira – o que, talvez, tenha lhe custado um reconhecimento popular maior.
*Texto publicado no site www.CinemanaRede.com
*Texto publicado no site www.CinemanaRede.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário