Gyllenhall
interpreta um piloto de helicóptero do exército americano que acorda durante
uma viagem de trem e descobre estar no corpo de outra pessoa. Ele não reconhece
seu próprio rosto no espelho e a bela mulher à sua frente (Michelle) insiste em
chamá-lo por um nome que não é o seu. Minutos
depois, uma bomba no veículo explode e, em vez de morrer, ele vai parar numa
espécie de cápsula, onde descobre estar participando de um projeto militar
chamado “Código Fonte” (“Source Code”, título original do filme), que permite à
mente humana “voltar” no tempo e viver os oito minutos finais de alguém que já
morreu.


Mas,
talvez, o maior pecado de “Contra o Tempo” esteja justamente no que deveria ser
seu maior trunfo: a ideia da repetição das situações. Jones até consegue
impedir o marasmo ao reprisar as mesmas cenas com detalhes diferentes, mas o
clima de tensão vira fumaça, afinal se o protagonista não consegue concluir seu
objetivo uma vez, basta ele voltar novamente, e novamente, e novamente. Desta
forma, por que o espectador precisa se preocupar com a história ou com o que
pode acontecer com os personagens, se há a garantia de retorno? (diferente, por
exemplo, do que acontece em “A Origem”, o que denota a diferença de qualidade
de texto de Christopher Nolan).
Se
há um ponto positivo, está nas atuações, com destaque ao trabalho de Vera
Farmiga, que consegue transmitir emoções sinceras mesmo contracenando com uma
tela de computador. Jeffrey Wright também funciona como o cientista militar
meio louco/ meio gênio e Gyllenhaal é eficiente como sempre.
A
decepção, mesmo, fica com o trabalho de Jones. “Contra o Tempo” mais parece um
exorcismo ao fantasma do 11 de Setembro, com sua proposta de evitar novos
ataques terroristas – o personagem de Wright comenta que o experimento é a nova
arma na Guerra ao Terror, ainda que as questões éticas escorram pelo ralo (com
consequências, vale lembrar, já discutidas bem antes, em “Minority Report”).

Ficção Científica muito interessante essa.
ResponderExcluirEu gostei.
João Linno
http://www.cinemosaico.com
Discordo. Acho um filme bem escrito e bem conduzido. Funciona como ficção científica inteligente ao deixar seu tema ecoando após a sessão, além de, como menciona Roger Ebert, ter uma certa poesia na forma com que observa sua história. Jones soube usar um maior financiamento para fazer um filme mais comercial, mas sem se perder no caminho. Jeffrey Wright, a meu ver, é a única coisa que destoa na produção.
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