Atriz francesa apresentou-se em São Paulo e Rio para divulgar “Postiche”

É curioso notar que a frase foi dita entre um e outro cigarro durante uma coletiva de imprensa em São Paulo – cidade em que é proibido fumar em locais fechados. É claro que Deneuve não foi importunada em momento algum – vantagens de ser diva.

No Rio de Janeiro, Deneuve voltou a conversar com os jornalistas e comentou seu incômodo com a repercussão da história do cigarro: “Se soubesse, não teria fumado. Estou aqui para falar de Potiche e não para parecer uma fumante compulsiva. Sou absolutamente contra o politicamente correto. Fiz uma viagem longuíssima para falar do filme e o que vai ficar é ‘ih, ela fumou’. Francamente!".
Pois é o sexo que traz novamente Catherine Deneuve aos cinemas, desta vez de uma forma mais política. Potiche se passa na década de 1970, momento das revoluções socioculturais, como o feminismo. A atriz vive uma dona de casa submissa casada com um machista dono de uma fábrica de guarda-chuvas. Num dado momento, o homem fica doente e ela toma as rédeas da fábrica e da vida.

Estrela do cinema que é, Catherine Deneuve foi questionada sobre a indústria do entretenimento e da exploração da vida particular das celebridades e não negou seu inconformismo: “Parece que estamos vivendo a realidade imaginada por George Orwell no romance 1984”, declarou, mas deixou claro que não há a necessidade de um comportamento agressivo por parte do artista: “Sempre achei que há coisas da nossa vida que não dizem respeito a ninguém. Não é porque fazemos filmes que podem nos perguntar qualquer coisa. E, bom, se acho uma pergunta inadequada, não respondo”.

E é por sua grandiosa carreira que ela pode falar com propriedade sobre o exagerado culto à beleza e à juventude que reina no cinema norte-americano. “Hollywood é Hollywood, cada cultura tem suas fantasias e seus excessos. Pessoalmente, eu lamento. Acredito que a gente envelhece melhor na Europa e nos países latinos”.
Pois aos 67 anos, a idade realmente lhe fez bem e Deneuve acredita que sua beleza vai além do lugar em que mora: “Minha mãe é uma mulher bonita até hoje, então acho que a genética ajuda. Mas também me protejo do sol, tomo bastante água e como legumes cozidos. Só não deixo minha vida se restringir a isso”, garante a musa que, de fato, não se nega o prazer de seu cigarro.
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