O diretor do documentário
“This Is It”, que trabalhou intimamente com Michael Jackson em seus últimos
dias de vida, fez revelações dramáticas sobre o estado de saúde do cantor para
a Justiça americana. Kenny Ortega deu seu testemunho durante o julgamento do
médico Conrad Murray, que é acusado de negligência e por ter supermedicado o
astro até sua morte.
Durante seu depoimento, O
diretor afirmou que Michael chegou a ensaiar bem alguns dias antes de sua
morte, mas sua saúde estava deteriorando visivelmente. “Ele não estava bem,
parecia perdido e estava incoerente”.
O estado do cantor era tão
assustador que Ortega chegou a enviar um email a Randy Phillips, promotor dos
futuros shows, revelando sua preocupação. “Tudo em mim diz que ele deve ser
avaliado psicologicamente”, informava a mensagem, que foi lida no tribunal.
“Não há ninguém cuidando dele, assumindo essa responsabilidade. Hoje eu
precisei alimentá-lo e o cobri com cobertores”.
Ortega revelou ainda que,
cinco dias antes da tragédia, aconteceu uma reunião de urgência na casa de
Jackson, com a presença a sua presença e a do médico. O diretor afirmou que
chegou a receber uma bronca de Murray por suas constantes intervenções
referentes ao estado físico e emocional do astro. “Ele disse que eu deveria
parar de tentar ser médico e psicólogo amador e deixar a saúde de Michael com
ele”.
Apesar das imagens de “This
Is It” mostrarem um Michael Jackson cheio de energia e empolgado, ainda que
muito magro, Kenny Ortega afirmou que o cantor faltou a vários ensaios e houve
vezes em que ele precisou sair mais cedo por não se sentir bem.
Nos dias 23 e 24 de junho de
2009, Michael reapareceu revigorado nos ensaios. “Era um Michael diferente. Ele
estava disposto e cheio de energia”, declarou. No dia 25 de junho, o cineasta
recebeu uma ligação do produtor Paul Gongaware dizendo que o cantor havia sido
levado para o hospital de ambulância. Momentos depois, o produtor retornou a
ligação: “Nós o perdemos”, disse a Ortega.
Paul Gongaware,
co-presidente da AEG Live (empresa que seria promotora da turnê), afirmou que o
Dr. Conrad Murray foi contratado para cuidar da saúde de Michael Jackson por
insistência do próprio astro. Gongaware revelou que o médico havia pedido
inicialmente um salário de US$ 5 milhões por ano, porém as negociações
abaixaram o valor para US$ 150 mil por mês.
Durante as declarações, os
promotores de acusação divulgaram uma foto do corpo de Jackson no hospital e
uma mensagem em áudio do cantor, cuja voz estava trêmula e arrastada. O Rei do
Pop morreu devido a uma overdose de remédios no dia 25 de junho de 2009,
enquanto se preparava para uma extensa turnê no Reino Unido com, no mínimo, 50
apresentações.
Murray é acusado de
homicídio culposo por administrar uma dose fatal do anestésico Propofol, que
teria causado a morte de Michael Jackson. Os advogados do médico afirmam que o
cantor aplicou pessoalmente o remédio numa tentativa de diminuir a dor e o
cansaço.
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