sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Michael Jackson estava doente em “This Is It”


O diretor do documentário “This Is It”, que trabalhou intimamente com Michael Jackson em seus últimos dias de vida, fez revelações dramáticas sobre o estado de saúde do cantor para a Justiça americana. Kenny Ortega deu seu testemunho durante o julgamento do médico Conrad Murray, que é acusado de negligência e por ter supermedicado o astro até sua morte.


“Meu amigo não estava bem. Havia alguma coisa que o perturbava profundamente”, declarou Ortega à promotoria, na tarde de terça (27/9). Além de ter sido amigo pessoal do astro, Ortega acompanhou todos os preparativos para a última turnê de Jackson, cujos ensaios resultaram em “This Is It”, e foi a primeira testemunha chamada pela acusação.

Durante seu depoimento, O diretor afirmou que Michael chegou a ensaiar bem alguns dias antes de sua morte, mas sua saúde estava deteriorando visivelmente. “Ele não estava bem, parecia perdido e estava incoerente”.

O estado do cantor era tão assustador que Ortega chegou a enviar um email a Randy Phillips, promotor dos futuros shows, revelando sua preocupação. “Tudo em mim diz que ele deve ser avaliado psicologicamente”, informava a mensagem, que foi lida no tribunal. “Não há ninguém cuidando dele, assumindo essa responsabilidade. Hoje eu precisei alimentá-lo e o cobri com cobertores”.

Ortega revelou ainda que, cinco dias antes da tragédia, aconteceu uma reunião de urgência na casa de Jackson, com a presença a sua presença e a do médico. O diretor afirmou que chegou a receber uma bronca de Murray por suas constantes intervenções referentes ao estado físico e emocional do astro. “Ele disse que eu deveria parar de tentar ser médico e psicólogo amador e deixar a saúde de Michael com ele”.

Apesar das imagens de “This Is It” mostrarem um Michael Jackson cheio de energia e empolgado, ainda que muito magro, Kenny Ortega afirmou que o cantor faltou a vários ensaios e houve vezes em que ele precisou sair mais cedo por não se sentir bem.

Nos dias 23 e 24 de junho de 2009, Michael reapareceu revigorado nos ensaios. “Era um Michael diferente. Ele estava disposto e cheio de energia”, declarou. No dia 25 de junho, o cineasta recebeu uma ligação do produtor Paul Gongaware dizendo que o cantor havia sido levado para o hospital de ambulância. Momentos depois, o produtor retornou a ligação: “Nós o perdemos”, disse a Ortega.

Paul Gongaware, co-presidente da AEG Live (empresa que seria promotora da turnê), afirmou que o Dr. Conrad Murray foi contratado para cuidar da saúde de Michael Jackson por insistência do próprio astro. Gongaware revelou que o médico havia pedido inicialmente um salário de US$ 5 milhões por ano, porém as negociações abaixaram o valor para US$ 150 mil por mês.

Durante as declarações, os promotores de acusação divulgaram uma foto do corpo de Jackson no hospital e uma mensagem em áudio do cantor, cuja voz estava trêmula e arrastada. O Rei do Pop morreu devido a uma overdose de remédios no dia 25 de junho de 2009, enquanto se preparava para uma extensa turnê no Reino Unido com, no mínimo, 50 apresentações.

Murray é acusado de homicídio culposo por administrar uma dose fatal do anestésico Propofol, que teria causado a morte de Michael Jackson. Os advogados do médico afirmam que o cantor aplicou pessoalmente o remédio numa tentativa de diminuir a dor e o cansaço.

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