quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA - CRÍTICA


“Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não viver inteiramente como animais”. A frase é dita pela Mulher do Médico, no livro Ensaio Sobre a Cegueira, que chegou aos cinemas em 2008 pelas mãos de Fernando Meirelles.

Considerado “infilmável” pelo próprio José Saramago, autor da obra premiada com o Nobel, o livro sempre foi objeto de desejo de Meirelles, diretor de Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel (filmes também baseados em literatura). Porém, ao seguir um roteiro fiel, e utilizar alguns truques criativos, como o excesso da cor branca – créditos do diretor de fotografia César Charlone – e os desenquadramentos, Fernando Meirelles conseguiu superar as barreiras da adaptação e entregou uma pequena obra-prima.

Filmado em São Paulo, Montevidéu e Montreal, a produção de 25 milhões de dólares é considerada pequena para os portes hollywoodianos (mas astronômica para os padrões brasileiros). No entanto, Meirelles conseguiu reunir um elenco estelar: Julianne Moore, Danny Glover, Gael García Bernal, Mark Ruffalo e Alice Braga.


A história é um alerta para a fraqueza humana: uma cidade é contagiada por uma cegueira inexplicável, fazendo as pessoas enxergarem apenas branco (diferentemente de uma cegueira normal, onde tudo fica preto). Na tentativa de conter a epidemia, as autoridades trancafiam os cegos em um manicômio. Através dos olhos da personagem de Julianne Moore, única pessoa a enxergar, somos apresentados à decadência da sociedade. Grupos autoritários se formam, e as pessoas vão abandonando sua humanidade, ao ignorar conceitos básicos de higiene ou respeito às outras pessoas, situação que alcança o clímax nas tão polêmicas cenas dos estupros coletivos. 

Um comentário:

  1. Baixar o Filme - Ensaio Sobre a Cegueira - Adaptação da obra de José Saramago - http://mcaf.ee/eaznd

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