· As notícias de variedades consistem nessa espécie elementar, rudimentar, da informação (...) porque ocupa tempo, tempo que poderia ser empregado para dizer outras coisas. Ora, o tempo é algo extremamente raro na televisão. E se minutos tão preciosos são empregados para dizer coisas tão fúteis, é que essas coisas tão fúteis são de fato muito importantes na medida em que ocultam coisas preciosas”. De forma rápida e direta, como um soco no estômago, Pierre Bourdieu apresenta com poucas palavras algumas verdades sobre o maior veículo de informação de nosso tempo: a televisão. É interessante perceber que, embora a análise do sociólogo contemple veículos televisivos franceses, fica evidente o paralelo com a nossa realidade.
Ao colocar o jornalismo como grande alvo de suas críticas, Bourdieu menciona situações atuais e questiona a verdadeira importância de alguns eventos, como as Olimpíadas (exemplo recente: enquanto jornais impressos e programas de televisão ficavam “boquiabertos” com a atuação do nadador Michael Phelps, a Ossétia do Sul e a Rússia entravam em conflito com a Geórgia, deixando milhares de civis mortos). Bourdieu resume, mais uma vez: “Ora, ao insistir nas variedades, preenchendo esse tempo raro com o vazio, com nada ou quase nada, afastam-se as informações pertinentes que deveria possuir o cidadão para exercer seus direitos democráticos”. Plim-plim! Leia!
Amei essa reportagem, concordo muito com tudo oque foi exposto. Impressionante a alienação dos jovens.
ResponderExcluirValeu!
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