Ao contrário do que mostram muitos filmes hollywoodianos, guerra não é uma coisa legal, bonita, emocionante ou honrosa. A grande maioria dos soldados não deseja estar lá, tem medo e não quer bancar o herói. Valsa com Bashir, documentário em animação (!), mostra a questão psicológica da guerra por meio das experiências do próprio diretor, Ari Folman, que lutou por Israel na Guerra do Líbano, em 1982. Ao conversar com um ex-companheiro de seu batalhão, o diretor se dá conta de que não tem lembranças de sua participação na guerra, o que o faz supor que tenha presenciado algo tão traumatizante que seu subconsciente preferiu apagá-lo da memória. O documentário segue, então, essa “investigação” de Folman, a partir de entrevistas com pessoas que estiveram na guerra e que talvez pudessem esclarecer o que aconteceu. Ao final do filme, quando a animação dá lugar a imagens reais e perturbadoras, o “soco no estômago” já foi dado, e o que fica é o desespero das vítimas no lugar da “honra” e do “heroísmo”.
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