quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ROGÉRIO SKYLAB - GRAVAÇÃO DE DVD


Rei da música underground, o carioca Rogério Skylab finalmente conseguiu gravar seu primeiro DVD no dia 20 de setembro de 2009, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 - São Paulo). Com entrada franca, o show, com duas horas de duração, teve como set list suas principais canções e algumas inéditas, que ainda serão gravadas nos futuros discos. Destaque para a ótima apresentação da banda, sempre afiadíssima.

Ex-funcionário do Banco do Brasil, Rogério Skylab vem conquistando mais admiradores a cada ano graças ao boca-a-boca gerado pelos fãs e às suas constantes apresentações no programa do Jô Soares (esteve presente 8 vezes no programa do amigo global). Sua principal característica é justamente andar na contra-mão da música popular, apresentando canções com letras bizarras, algumas bem ofensivas.

Para o show da gravação do DVD, seria impossível determinadas músicas ficarem de fora, caso de Derrame, na qual Skylab narra, com muito sarcasmo, a vida de um homem que sofreu um acidente vascular cerebral. Com Corpo e Membro sem Cabeça, o carioca ataca pessoas que possuem algum tipo de deficiência física, desde Lars Grael, veleiro que perdeu as pernas em acidente marítimo, até o próprio presidente Lula, que não possui o dedo mindinho. Se algum sujeito mais puritano foi ao show sem conhecer Skylab, com certeza se ofendeu com a canção Jesus, cujo título seria o nome da mulher (!?) amada que contém vitiligo.

Também estiveram no roteiro as clássicas Motosserra, cuja letra justifica um assassinato com o instrumento do título após um adultério, e Naquela Noite, sobre os devaneios de um serial killer. Como já era esperado, Matador de Passarinho – seu maior sucesso – foi a última música apresentada e teve um desfecho típico do Skylab: após simular um suicídio, Skylab caiu no chão e ficou deitado, rodeado pelos fãs, até que todas as luzes do palco fossem desligadas.

É sempre importante lembrar que Rogério Skylab quer ofender, não agradar. Através de letras bizarras, doentias, até, o carioca critica os brasileiros – incluindo ele mesmo – e expõem as hipocrisias da sociedade. E ao mostrar que o feio também pode ser engraçado, o indignado público fica, no mínimo, com um sorriso constrangido no canto da boca.

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